Eu não sei namorar
Sem me doar
Dilatar a memória
Me entregar à ternura
Encadernar os dias
Escrever bobagens
Andar de mãos dadas
Sofrer com sutileza
Na ausência do olhar
Só sei namorar na delicadeza
Em corar o rosto e me render
De tornar doce o cotidiano
Apaixonar-se na apreensão
Ouvir uns sons estranhos
Ver desenhos traçados
Nos bordados da loucura
E ambos ter idéias surreais
Ir percebendo a velhice
Nas dúvidas sóbrias
De algum passado
Meio amargo
E nesses modos
Não comemos a nostalgia
Mas convencidos de
Comer a mistura
Saudade
Sem fim
Sobriedade
Sem memória
Não sei namorar
Sem amar
Da última interrogação
A primeira dança
Sem arrogância
Sem palavras mortas
Com intimidade
Só de conversar
Só de conversar
Só sei ser inteira e não pela metade... mal ou o bom dos signos de Terra amiga!
ResponderExcluirDaí que tiramos tanto pé no chão e olhos(de coruja)pra realidade. *-*
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