sexta-feira, 5 de abril de 2013

Felicidade e ética: promessas e dúvidas.




                Ética é a parte da filosofia que se dedica aos estudos dos valores morais e princípios ideais do comportamento humano. Em sua origem grega a ética significa aquilo que pertence ao caráter.  Nos dias de hoje a ética é compreendida como uma salvação, um desejo, e por não haver uma abordagem séria em relação a ela é onde começa o problema.
                Falta reflexão, falta debate, falta pensamento crítico, falta entender o “que é” o agir e “como” se deve agir. Quando se levantam essas questões é que se inicia a ética. Mas não é o suficiente. É preciso ultrapassar a esfera das emoções passageiras, da indignação moral. A ética não entra em nossas vidas por não sabermos o que se é ou como se deve entrar. Mas o que é ética? Ethos como era chamada pelos gregos era usada para definir o modo como às pessoas vivam e convivam. Usamos atualmente a palavra “comportamento” com o mesmo objetivo. Então, a ética sempre será definida a partir na nossa relação com o outro.
                Aristóteles, filósofo grego que refletiu sobre a ética, acredita que o problema da ética é a felicidade. Ética é a forma de vida que leva a felicidade. A busca da felicidade é o que dá sentido a vida pessoal e coletiva. A felicidade para Aristóteles representa muito mais do que busca individual da alegria e dos prazeres. Na verdade a felicidade não é bem estar pessoal, não é ter saúde ou bens, nem sucesso profissional, nem estar em paz consigo mesmo e com os que vivem ao seu redor. Essa definição atual de felicidade é uma ilusão, antes a felicidade era a máxima virtude.
                É claro que não podemos reviver os ideais de Aristóteles, é preciso entender a felicidade na sua evolução histórica. Mas é preciso recuperar aquele aspecto da felicidade. Para Aristóteles a felicidade era um ideal ético da vida. A vida ética era justa, boa, corretamente vivida pelo cidadão, que sabia seu papel na sociedade, que ao pensar em si como sujeito leva em conta o todo: a família, os amigos, a sociedade, a natureza. A felicidade dependia de uma realização espiritual, mas também excluía a miséria e violência material.
                Para Kant, filósofo do século XVIII, o máximo que o homem poderia esperar era ser digno de ser feliz e não realmente feliz. Atualmente, uns acham, como Kant, a felicidade impossível, outros a tratam como algo banal, uma mera realização dos prazeres pessoais. O desentendimento em relação à felicidade apenas mostra que ela não está bem situada como conceito em nossas vidas. Apenas aqueles que puderam pensá-la como potência ética, como algo que se constrói na fusão da vida pessoal com a vida pública é que podem continuar falando de felicidade. Antes de ser feliz devo perguntar se posso ser ético. Será mais fácil ser feliz.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Acontece que sou baiana



Carybé. Mulata Velha


















Bahia, doce Bahia.
Meu eterno caso de amor e ódio.
Te gosto, em suas coloridas ruas do Recôncavo.
Desejo o sabor da brisa de suas maravilhosas praias.
Repudio o caminho que a sua capital está tomando.

Sinto-te doente... suas ruas descuidadas, suas cidades desaceleradas.
Mas mesmo assim vejo nascerem flores em seus asfaltos.
A quem pise em sua terra e já se perceba em um caso de amor eterno, seu cheiro, sua cultura particular e única, despertam casos e caos.
Seu samba, puro e de raiz, ainda sobrevive em seu Recôncavo.

Ao te ver lá longe, no Sudeste.
Me senti Bahia, me senti sua, assim baiana, assim neguinha, exalando o jeito único baiano Brasil afora.
Ao voltar, me senti acolhida, amada, desejada.

Quem não gosta de samba, também te ama em sua plenitude.
Porque tú minha Bahia, é igual coração de mãe e tem espaço para todas as diferenças.
Se rock é diferencial, é baiano, logo já disse tudo!
Suas músicas tem mais cor, suas praias mais sabor.
Tú exalas em mim poesia.
Me inspira com tua gente forte e lutadora, que de preguiçosa, nada tem!