Ética é
a parte da filosofia que se dedica aos estudos dos valores morais e princípios ideais
do comportamento humano. Em sua origem grega a ética significa aquilo que
pertence ao caráter. Nos dias de hoje a
ética é compreendida como uma salvação, um desejo, e por não haver uma
abordagem séria em relação a ela é onde começa o problema.
Falta
reflexão, falta debate, falta pensamento crítico, falta entender o “que é” o
agir e “como” se deve agir. Quando se levantam essas questões é que se inicia a
ética. Mas não é o suficiente. É preciso ultrapassar a esfera das emoções
passageiras, da indignação moral. A ética não entra em nossas vidas por não
sabermos o que se é ou como se deve entrar. Mas o que é ética? Ethos como era
chamada pelos gregos era usada para definir o modo como às pessoas vivam e
convivam. Usamos atualmente a palavra “comportamento” com o mesmo objetivo.
Então, a ética sempre será definida a partir na nossa relação com o outro.
Aristóteles,
filósofo grego que refletiu sobre a ética, acredita que o problema da ética é a
felicidade. Ética é a forma de vida que leva a felicidade. A busca da
felicidade é o que dá sentido a vida pessoal e coletiva. A felicidade para
Aristóteles representa muito mais do que busca individual da alegria e dos
prazeres. Na verdade a felicidade não é bem estar pessoal, não é ter saúde ou
bens, nem sucesso profissional, nem estar em paz consigo mesmo e com os que
vivem ao seu redor. Essa definição atual de felicidade é uma ilusão, antes a
felicidade era a máxima virtude.
É claro
que não podemos reviver os ideais de Aristóteles, é preciso entender a
felicidade na sua evolução histórica. Mas é preciso recuperar aquele aspecto da
felicidade. Para Aristóteles a felicidade era um ideal ético da vida. A vida ética
era justa, boa, corretamente vivida pelo cidadão, que sabia seu papel na
sociedade, que ao pensar em si como sujeito leva em conta o todo: a família, os
amigos, a sociedade, a natureza. A felicidade dependia de uma realização
espiritual, mas também excluía a miséria e violência material.
Para
Kant, filósofo do século XVIII, o máximo que o homem poderia esperar era ser
digno de ser feliz e não realmente feliz. Atualmente, uns acham, como Kant, a
felicidade impossível, outros a tratam como algo banal, uma mera realização dos
prazeres pessoais. O desentendimento em relação à felicidade apenas mostra que
ela não está bem situada como conceito em nossas vidas. Apenas aqueles que puderam
pensá-la como potência ética, como algo que se constrói na fusão da vida
pessoal com a vida pública é que podem continuar falando de felicidade. Antes
de ser feliz devo perguntar se posso ser ético. Será mais fácil ser feliz.